'SENHOR FAZEI DE MIM UM ISTRUMENTO DE VOSSA PAZ"

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quinta-feira, 28 de abril de 2011

HUMILDADE

“Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,

minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”

SER OU NÃO SER EIS A QUESTÃO....


VERBO SER

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.

Carlos Drummond de Andrade

POEMA - TODAS AS VIDAS


Todas as Vidas

Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé
do borralho,
olhando para o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...
Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d'água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde
de São-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
-Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
tão desprezada,
tão murmurada...
Fingindo ser alegre
seu triste fado.
Todas as vidas
dentro de mim:
Na minha vida -
a vida mera
das obscuras!

Cora Coralina

domingo, 10 de abril de 2011

A Indiferença




É comum associar-se o ódio como o antagonismo do amor. Quando falta o amor, gera-se o ódio, afirmam alguns. Vincula-se um com o outro como se um fosse o oposto do outro.
Na verdade, o ódio é apenas o sentimento do amor que adoeceu, o amor que foi envenenado pelo ciúme, pela inveja, ou pelo orgulho... Porém, jamais será o oposto ou o antônimo do amor.
Sente-se ódio por alguém que se identifica com a traição, a mentira, o engodo... Mas esse ódio nasceu de um sentimento mais nobre, do amor que antes havia, e que agora adoeceu.
Porém, o oposto do sentimento do amor mostra-se de maneira mais vil, mais intensa e muitas vezes vive em nossa intimidade sem nos darmos conta: é a indiferença.
Se amamos ou odiamos, sempre estaremos preocupados com aquele que é o objeto do nosso sentimento.
Se nos vinculamos pelo amor, estaremos vibrando pelo melhor para o ser amado. E se nos vinculamos pelo ódio, estaremos, da mesma forma, preocupados com o outro, mesmo que seja para prejudicá-lo. Contudo, não estaremos indiferentes.
A indiferença nasce do desamor que alimentamos pelo ser humano, pela despreocupação ou pela incapacidade de entender as dores e dificuldades da alma alheia.
Enquanto o amor tem a capacidade de nos aquecer a alma, a indiferença a torna fria, incapaz de sensibilizar-se ou entender as agruras do próximo.
E quantas vezes não permanecemos indiferentes, despreocupamo-nos com as coisas do outro, suas dificuldades, seus momentos de dor e pesar, mesmo tudo isso se passando ao nosso lado?
Justificamos que não damos importância para a dificuldade do outro por falta de tempo, pelos compromissos, pela agenda cheia. Muitos motivos para muitas justificativas.
Mas, no fundo, apenas não nos preocupamos porque temos uma boa parte da alma ainda fria, gelada mesmo, tomada pelo sentimento da indiferença.
Somos indiferentes quando alguém em dificuldade nos pede para tomar nosso lugar na fila, e justificamos que chegamos antes e temos direito de ali estar.
A indiferença se apresenta quando, no transporte coletivo, nos auditórios, nos locais públicos, fingimos não ver alguém idoso, uma senhora grávida, alguém mais frágil, para não lhe oferecer o lugar para sentar.
A indiferença nasce da nossa incapacidade de amar o ser humano, sem nenhum outro motivo que o da fraternidade, da solidariedade.
E é o sentimento da solidariedade o maior remédio para a indiferença. Será ele o condutor dos primeiros passos para deixarmos de ser indiferentes.
Quando começarmos a cultivar a solidariedade, obrigatoriamente nos preocuparemos com o outro, com o próximo.
Será a solidariedade que nos irá aquecer a alma, descongelando sentimentos e abrindo novos horizontes.
Será ela que nos permitirá a conquista da compaixão, da gentileza, do carinho, para então entrarmos no campo superior da caridade ao próximo.
Assim, não nos permitamos ficar indiferentes às dificuldades familiares, aos desafios do trabalho, às querelas dos amigos.
Ofereçamos sempre nosso quinhão de solidariedade, de presteza, o que tenhamos de melhor, esperando que o outro aceite, na medida que queira ou necessite.
Será a solidariedade o sentimento a nos unir, reconhecendo-nos uns aos outros como irmãos, que, em última instância, somos todos nós, filhos do Criador, do Senhor da vida.
Redação do Momento Espírita.

Arte da Convivência Conjugal



É comum se pensar que os casamentos mais sólidos são aqueles que sobrevivem a grandes traumas. Digamos, uma infidelidade conjugal ou uma falência.
Contudo, a verdade é que a duração do matrimônio está na razão direta da arte da convivência conjugal.
Conviver todos os dias, aguentando as pequenas coisas um do outro, por exemplo. Suportar que ele aperte o tubo de pasta de dentes bem no meio, enquanto ela insiste que deva ser bem no finzinho, por uma questão de estética e de economia.
Ou ainda, ele não auxiliar nas tarefas domésticas. Ela ser sensível demais.
Ele ser muito mole com as crianças, permitir tudo. Ela desejar manter a linha dura, investindo na disciplina e na educação dos filhos.
Conviver com as diferenças exige boa vontade diária. Um casal, que convive há catorze anos, confessou que tem diferenças enormes quanto a esporte.
Ela adora ver futebol em casa. Ele adora aventuras. Com uma filha de dez anos, aprenderam a conviver, apoiando um o prazer do outro.
Assim, quando o marido decidiu dar a volta ao mundo velejando, ela o acompanhou pela imaginação, sem sair de casa. Mas não criou obstáculos para ele, nem fez papel de vítima.
Saber aceitar comentários feitos em momentos de pequenas rusgas também contribui para a manutenção da estabilidade conjugal.
Certo marido presenteou a esposa com dez roseiras, que ela teve de plantar sozinha. Durante uma discussão, ela acabou por dizer a ele que odiava aquelas rosas que ele havia comprado. Afinal, elas só serviam para dar trabalho.
Ele não se perturbou. No Natal daquele mesmo ano ele lhe deu mais uma roseira. Ela achou graça, comentando com as amigas:
Quando a gente pensa que eles entenderam o que se falou, descobre-se que nem ouviram.
E continuam a viver juntos, colhendo rosas no seu jardim.
Mas, possivelmente, o mais importante seja recordar os bons momentos. Olhar para o passado, reavivar as chamas dos sentimentos positivos tem a capacidade de reacender o amor.
Um americano conta que ele e a esposa adoram recordar a forma como se conheceram. Ela foi a um restaurante onde ele estava cantando. Ela gostou muito da canção e aplaudiu entusiasmada.
Ele a notou e perguntou: Você é casada?
Não, respondeu. Você cantaria no meu casamento?
A resposta dele foi rápida e sorridente: Eu vou cantar no nosso casamento.
Sete meses depois estavam casados. Estão casados até hoje, passados anos. Continuam felizes.
* * *
Entre muitos casais, na Terra, o tédio aparece depois que arrefece a paixão e o cotidiano toma conta dos atos.
O tédio azeda a vida em comum. A rotina a destrói.
Tão logo surja na relação conjugal a indiferença, a secura ou o relaxamento, é hora de reagir, antes que o casamento acabe por tolices.
Casamento, ou seja, a união permanente de dois seres, pode ser entendida como uma ligação afetiva que lembra o cérebro e o coração. Para que a vida prossiga, é necessário que haja sintonia entre ambos.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Novas regras para um casamento feliz, de Seleções Reader's Digest, de janeiro de 2000 e no cap. 13, do livro Vida e sexo, pelo Espírito Emmanuel, ed. Feb.
Em 01.04.2011.

DESANIMO JAMAIS...


Desanimaste? Porque?
Se o cansaço te domina, recorda que Deus te renova as forças.
Caíste?
Levanta-te e recomeça o trabalho no justo lugar em que o deixaste.
Solidão?
Segue ao encontro dos que sofrem, sob o peso de maior solidão, para os quais a
tua frase de reconforto será uma bênção.
Tristeza?
Lembra a importância de que a tua vida se reveste para Deus. Reflitamos nesta
verdade: Deus não nos esquece nunca.

sábado, 9 de abril de 2011

POEMA - LINDO DEMAIS


Lindo demais
Coração é terra que ninguém vê

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.

Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão

Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração. Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada,
foi que encontrei...

CORA CORALINA





Diga o que você pensa com esperança.
Pense no que você faz com fé.
Faça o que você deve fazer com amor!

POEMINHA AMOROSO

Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."

domingo, 3 de abril de 2011

POEMA - A VERDADE


A Verdade (Carlos Drummond de Andrade)

A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil de meia verdade,
E a sua segunda metade
Voltava igualmente com meios perfis
E os meios perfis não coincidiam verdade...
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta,
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
Diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual
a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar.
Cada um optou conforme
Seu capricho,
sua ilusão,
sua miopia.

MÃOS DADAS


Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

Carlos Drummond de Andrade

BEIJO-FLOR - BEIJA A FLOR


Beijo-flor O beijo é flor no canteiro ou desejo na boca? Tanto beijo nascendo e colhido na calma do jardim nenhum beijo beijado (como beijar o beijo?) na boca das meninas e é lá que eles estão suspensos invisíveis. Carlos Drummond de Andrade

RECMEÇAR


Recomeçar

Não importa onde você parou …

em que momento da vida você cansou…
o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar”.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo…
é renovar as esperanças na vida e o mais importante…
acreditar em você de novo…
Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado.
Chorou muito? Foi limpeza da alma.
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso seu para “chegar” perto de você.
Recomeçar…
hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você que chegar?
Ir alto… sonhe alto…
queira o melhor do melhor…
pensando assim trazemos pra nós aquilo que desejamos…
Se pensarmos pequeno coisas pequenas teremos ….
Já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar em nossa vida.
“Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.”

Carlos Drummond de Andrade

"ANTES DE JULGARMOS O OUTRO DEVEMOS NOS COLOCAR NO LUGAR DELE, TUDO É SIMPLES E FÁCIL QUANDO ESTAMOS DE FORA


"Falar é completamente fácil,
quando se têm palavras em mente
que expressem sua opinião.

Difícil é expressar por gestos e atitudes

o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá."

Carlos Drummond de Andrade

DIA 05 DE JUNHO DIA DO MEIO AMBIENTE - A NATUREZA PEDE SOCORRO



Os Ombros Suportam o Mundo


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco. Em vão mulheres batem à porta, não abrirás. Ficaste sozinho, a luz apagou-se, mas na sombra teus olhos resplandecem enormes. És todo certeza, já não sabes sofrer. E nada esperas de teus amigos. Pouco importa venha a velhice, que é a velhice? Teus ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança. As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda. Alguns, achando bárbaro o espetáculo prefeririam (os delicados) morrer. Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade